O consórcio SIMPHATIC, do qual a Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa (FFUL) é parte integrante, desenvolveu uma nova abordagem com o objetivo de acelerar o uso de medicamentos já existentes em pessoas portadoras de doenças neurológicas raras. O Consórcio ganhou 8.8 milhões de euros do Programa Horizon Europe para desenvolver este método inovador. 

Habitualmente os medicamentos são desenvolvidos para o tratamento de uma doença específica de cada vez, o que torna o processo dispendioso e demorado. Normalmente o periodo de tempo que medeia desde que se descobre uma nova molecula até ao medicamento ser utilizado pelos doentes é muito longo. O Consórcio SIMPATHIC, criou um novo método que permite utilizar medicamentos já existentes para outras indicações, baseado na triagem de tecidos de pacientes (processo conhecido por “repurposing”, em inglês). Os investigadores irão usar uma nova tecnologia para testar a eficácia de medicamentos existentes para outras patologias, em doentes com distúrbios neurológicos usando apenas um tubo de sangue e uma pequena amostra de pele do paciente. Estas amostras serão transformadas em células estaminais que posteriormente são diferenciadas em culturas de células nervosassendo depois testado de que forma estas respondem a medicamentos já existentes. Se os investigadores observarem um efeito positivo do medicamento, será iniciado um ensaio clínico em pacientes com diferentes doenças neurológicas, mas com sintomas semelhantes. A vantagem deste método assenta no facto de os medicamentos existentes já terem sido testados em humanos e aprovados, o que poderá dispensar os estudos em animais, acelerando, assim, o processo para o uso destes medicamentos e diminuindo os custos.

Reconhecendo a importância desta abordagem, a Comissão Europeia financiou o Consórcio com 8.8 milhões de euros. O consórcio é constituído por 22 parceiros internacionais, dos quais fazem parte a Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, sendo a equipa de investigação liderada por Sofia de Oliveira Martins e Adelaide Fernandes, Docentes e Investigadoras nesta mesma instituição.