Um grupo de investigadores da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa (FFULisboa) desenvolveu uma ferramenta de saúde pública para o controlo, gestão e investigação translacional em Tuberculose (TB) na Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP). O desenvolvimento desta nova ferramenta, designada por CPLP-TB, foi coordenado por Isabel Portugal, Professora do Departamento de Microbiologia e Imunologia da FFULisboa e membro do Grupo de Microbiologia Molecular e Biotecnologia do Instituto de Investigação do Medicamento (iMed.ULisboa) da FFULisboa e por João Perdigão, Investigador do Grupo de Microbiologia Molecular e Biotecnologia do iMed.ULisboa da FFULisboa. O estudo contou ainda com a colaboração do Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade Nova de Lisboa, Universidade Federal do Rio Grande e Centro de Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Rio Grande do Sul.

A CPLP-TB permite o rastreamento epidemiológico de diversas estirpes no espaço lusófono com uma resolução sem precedentes. A aplicação da ferramenta já permitiu obter uma nova perspetiva acerca da disseminação do M.  tuberculosis na CPLP e identificar traços comuns ao nível da sua estrutura populacional nos países onde a tuberculose é uma das principais causas de morte, em particular no doente co-infetado com o VIH, tais como Brasil, Moçambique, Angola e Guiné-Bissau. Foram ainda identificados seis clusters transnacionais de estirpes geneticamente próximas e cuja existência poderá ilustrar casos de transmissão intercontinental recente entre esses países. A existência e identificação destes clusters e estirpes associadas assume especial relevância para o controlo da TB e permite conhecer cadeias de transmissão adicionais e que de outra forma seriam de difícil identificação.

A investigação subjacente à CPLP-TB deu origem ao artigo “Clonal expansion across the seas as seen through CPLP-TB database: a joint effort in cataloguing Mycobacterium tuberculosis genetic diversity in Portuguese-speaking countries” que foi publicado, a 16 de abril de 2018, na revista científica internacional “Infection Genetics and Evolution”.

Comunicado de Imprensa