Os resultados do Estudo PeSsOa – Viver com Psoríase foram divulgados a 25 de outubro de 2016 na Assembleia da República. Os dados do primeiro estudo português sobre a Psoríase –  realizado pela Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa (FFULisboa) em colaboração com a Novartis e a PSOPortugal – Associação Portuguesa da Psoríase – foram extraídos a partir de uma amostra de 564 questionários electrónicos válidos, revelando essencialmente que:

– a Psoríase é uma doença com impacto no doente ao nível de consumo de recursos de saúde e na qualidade de vida dos doentes;
– mais de metade dos doentes (56,2%) dizem lidar diariamente com os sintomas (dores, mau estar, ansiedade e depressão);
– existe uma predominância do seguimento destes doentes em contexto de cuidados de saúde privados (62,9% realiza as suas consultas de seguimento com um dermatologista e mais de metade é acompanhado no contexto de Hospital ou Clínica Privada (51,9%);
– o consumo de terapêutica para o tratamento da Psoríase representa um encargo significativo para os doentes (43% dos inquiridos apresentam gastos mensais superiores a 30,00 € e 50,8% dos respondentes pagam mais de 15,00 € por consulta de seguimento);
– existem dificuldades de acesso a consultas de especialidade no Sistema Nacional de Saúde (SNS) (reportado por 25% dos inquiridos) sendo a principal causa apresentada “Recursos limitados dos Serviços de Saúde / Falta de especialistas / Dificuldade de marcação da consulta.”

Considerando estes resultados, a Professora Sofia Martins da FFULisboa, salienta que a Psoríase é uma doença crónica que não tem cura e que “é grave que a maioria dos doentes tenha que ser seguida no setor privado por dificuldade de acesso ou escassez do SNS”. A docente da FFULisboa acrescenta também que é igualmente preocupante não só a diferenciação de prescrição médica do sistema público para o privado, bem como os respetivos custos financeiros. Apesar da gravidade, os dados obtidos constituem, para a Docente, um contributo para a inclusão da perspetiva do próprio doente não só na decisão sobre o seguimento e tratamento da sua doença, mas também para a definição de intervenções/políticas de saúde que facilitem o acesso a cuidados de saúde.

O Estudo PeSsOa – Viver com Psoríase é o primeiro estudo português realizado, exclusivamente na perspetiva do doente, com o objetivo de desmistificar a Psoríase e caracterizar o seu impacto socioeconómico e na qualidade de vida para o doente.