Helena Florindo, Rita Acúrcio, Rita Guedes – Instituto de Investigação do Medicamento (iMed.ULisboa) da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa – e Ronit Satchi Fainaro – Universidade de Tel Aviv – são os nomes que compõem o grupo de investigação que descobriu uma molécula capaz de estimular as próprias células imunológicas dos doentes a combater vários tipos de cancro. Esta investigação vem no seguimento de estudos anteriores, que descobriram como libertar os “travões” do sistema imunitário, como as proteínas CTLA-4, PD-1 e PD-L1, que impedem a ação dos linfócitos T na luta contra o cancro. Ao aplicar estas técnicas de bloqueio destas proteínas, ficou comprovada a melhoria da resposta anti-tumoral de doentes com vários tipos de cancro, sem os efeitos colaterais graves, típicos dos tratamentos com quimioterapia.
Rita Acúrcio, a primeira autora deste estudo, utilizou recursos computacionais e bioinformáticos para encontrar pequenas moléculas que tivessem capacidade de inibir essas proteínas. Os resultados, obtidos após estudos feitos em ratinhos que produzem proteínas PD-1 e PD-L1 humanas, foram “um controlo do crescimento do tumor [e] um aumento do número de células imunológicas ativas” na massa sólida do tumor, refere a investigadora e professora da FFUL, que acrescenta que “os próximos passos envolverão a avaliação da sua eficácia quando administrada por via oral, uma vez que tal constituiria uma alternativa bastante importante para os doentes”.
Este trabalho foi financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (FCT-MCTES), pela Fundação La Caixa, Liga Portuguesa Contra o Cancro – Nucleo Regional do Sul, European Research Council (ERC), Israel Science Foundation, The Melanoma Research Alliance, Israel Cancer Research Fund (ICRF) e a Fundação Morris Kahn Foundation.
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Estudo publicado no Journal for Immuno Therapy of Cancer